domingo, 25 de novembro de 2012

Brevíssimas apreciações críticas dos quadros de René Magritte

Já sabem que não há apreciações críticas "certas" nem "erradas". Há apreciações completas ou incompletas, fundamentadas ou não fundamentadas. Resolvi ir buscar ao livro René Magritte. O pensamento tornado visível, de Marcel Paquet (Ed. Taschen, Koln, 1995) a legenda (p. 11) - bem mais breve do que os textos que pretendo que façam - ao quadro que o Diogo escolheu. Ei-la:

O espelho falso, 1935


"«O olho é o espelho da almas», segundo uma versão do provébio. Magritte está mais uma vez a fazer o seu jogo de virar do avess, perguntando o que está dentro e o que está fora. O olho humano hiperdimensionado, em vez de proporcionar uma visão do que está por dentro, na alma do homem, reflecte o que está fora, um céu com nuvens."

A Cátia escolheu uma versão semelhante à dos amantes, cujo comentário, também ele excessivamente breve (p. 55), reproduzo:

"Em «Os amantes», René Magritte aponta a natureza cega do amor dobrando o que é óbvio e colocando um véu sobre o rosto dos amantes, que são assim deixados à sua doce cegueira. No entanto, aqui a tarefa consiste em utilizar esse jogo de ocultação através do que é visível, para obrigar o véu a revelar o que está por detrás da visão que é geralmente apresentada."



TPC da Susana


O retrato da jovem está a preto e branco. A expressão da cara dela é assustada, os cabelos dela mostram movimento e os seus olhos estão a olhar para dois morcegos.

  De acordo com a sua expressão facial e o olhar dela, concluo que ela tem medo de morcegos.

TPC do Tiago


Entre o autoretrato de Salvador Dali e a fotografia do mesmo existem semelhanças, mas também diferenças. Como se pode ver, as sobrancelhas compridas como Dali as tinha, o bigode arrebitado, os olhos grandes e a forma do queixo são as maiores semelhanças entre o autoretrato e a fotografia de Salvador Dali. Mas há também diferenças, como a falta de cabelo e a testa que não se vê. Foi desta maneira que Dali se tentou representar, destacando as suas maiores e mais vistosas características.

TPC da Adriana S


Tendo em conta que se trata de um auto-retrato, esta imagem mostra-nos uma rapariga que se mostra horrorizada com os morcegos apresentados.

A cor do retrato, a preto e branco, dá a ideia de espanto e de susto. A rapariga, com o aparecimento dos morcegos, ficou surpreendida e apavorada.

TPC do Diogo G


Este auto-retrato pretende mostrar, a partir da cara da rapariga, medo dos animais notívagos. Conseguimos ver, no lado esquerdo, dois morcegos; e, do outro lado, conseguimos ver, a partir do cabelo, que a jovem se encontrava no centro, mas de repente se moveu para a direita. A imagem a preto e branco mostra movimento e medo.
Este quadro tem dois planos, o segundo plano com um fundo branco e dois morcegos e o primeiro plano com uma jovem de cabelo preto, com um ar horrorizado e olhos fixos nos morcegos.

TPC do Diogo G


Neste autoretrato temos dois planos. O mais afastado, ou seja, o segundo plano, contém um fundo branco, com dois morcegos pretos, e que cria contraste. Como os morcegos andam em cavernas, à noite, tal pode significar que a jovem é misteriosa.
No primeiro plano vemos a jovem de cabelo escuro e roupas escuras, o que combina com os morcegos e reforça a hipótese de a jovem ser misteriosa e gostar de andar sozinha.
Pela expressão facial, também podemos dizer que ela está assustada por estar tão perto de morcegos. Em geral, esta foto está bem concebida pois cria várias hipóteses sobre como a personalidade da rapariga pode ser.
(texto sujeito a alterações)

TPC do Pedro


A imagem apresenta um fundo claro para fazer sobressair os outros componentes com tons de cinza, branco e preto.
O quadro representa o auto-retrato de uma jovem e, mais atrás, uns morcegos. O movimento do cabelo da rapariga faz mostrar que ela vira a cabeça repentinamente, podendo levar-nos a  formular as seguintes hipóteses: a rapariga tem medo desses animais ou assustaram-na, aparecendo repentinamente. Também podemos tirar essa conclusão pelos seu olhos aterrorizados. Este auto-retrato é um pouco invulgar.

(texto sujeito a alterações)

Texto de apreciação crítica, pela Susana

O Homem do chapéu de coco, 1964

 
 
A imagem tem um fundo azul para contrastar com o fato preto que o homem veste.
   A cara do homem está tapada com uma pomba branca (símbolo da paz), por isso , não sabemos se o homem está triste ou alegre.

Texto de apreciação crítica, pelo Diogo G


 
“O espelho falso”

1928

Rene Magritte


A imagem do espectador através da remoção do olho, apresentando-o sem o rosto a que pertence. Além disso, atrapalha pela colocação de um céu circular dentro do óculo de outra maneiraA justaposição de objetos normalmente não relacionados dentro de um contexto aparentemente desapropriado é característica de grande parte da obra de Magritte. Ao substituir a íris do olho com um azul, céu cheio de nuvens no espelho falso, Magritte desafia-nos a questionar o que vemos e o que pensamos que sabemos. O céu é um reflexo do que o olho está vendo? O olho é na verdade uma abertura para uma outra realidade? Estamos a olhar para uma visão interior, ou algo totalmente diferente?

Texto de apreciação crítica, pela Cátia


 
Este quadro mostra uma senhora e um senhor com as cabeças envolvidas com tecido. Ambos estão vestidos com roupa formal e mostram muito amor um pelo outro, pois estão a dar um beijo, mesmo com os rostos cobertos. As paredes do compartimento em que se encontram têm três cores: azul, vermelho e “beige” no teto. Contrastando com este fundo, o vestuário do senhor é de cores neutras, ou seja, preto e branco.
 
(texto com alterações)
Observações: embora, por regra, seja mais delicado dizer "uma senhora" e "um senhor", num texto de apreciação crítica (um contexto mais neutro) deve dizer-se "uma mulher" e "um homem". Mais importante do que isso, é ter em conta que, além de descrita, a imagem deve ser interpretada ou comentada. Quais foram as intenções do autor (o título às vezes fornece-nos pistas)? O que vemos nós naquela imagem?

Texto de apreciação crítica, pelo Pedro


 
 
Neste quadro pode  observar-se um quarto numa zona de campo. O quarto não tem grande decoração para não chamar a atenção, para as pessoas depositarem-na  toda no que que está a ser feito.
Parece ser um pintor que está a reproduzir o que está para lá da janela  numa tela que está subentendida por ser tão parecida com a paisagem. Só se nota que se está ali a concretizar um quadro pelo lado branco do quadro e pelo cavalete. A vegetação que rodeia a casa mostra que estamos numa zona de campo, muito plana. Mais perto de nós não é mostrada grande vegetação, parecendo umas árvores e uns arbustos. Ao longe vê-se uma grande quantidade e  variedade de árvores e outras plantas, o que contraria o que dissemos anteriormente.

(texto com alterações)

Sugestão: neste tipo de texto, é mais apropriado escrever "o observador" do que "as pessoas". Não concordo que haja contradição no segmento «Mais perto de nós não é mostrada grande vegetação, parecendo umas árvores e uns arbustos. Ao longe vê-se uma grande quantidade e variedade de árvores e outras plantas, o que contraria o que dissemos anteriormente.». Podes usar a terminologia que usamos na aula (1º plano, 2º plano) e iniciar a segunda frase com porém, todavia, contudo...

Texto de apreciação crítica, pela Adriana


“O Filho do Homem”

A pintura “O Filho do Homem” foi pintada por René Magritte. Na obra está representada uma maçã que esconde o rosto do homem e dá a sensação que o braço esquerdo está a “esconder-se” por atrás do corpo. O significado que se pretende transmitir é que tudo o que vemos esconde outra coisa, outra realidade. Quer-se sempre ver o que está escondido por detrás daquilo que vemos.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

"A metamorfose", de Franz Kafka




Há dias disse-vos que estavam mesmo, mesmo, na idade de ler A metamorfose, de Franz Kafka. E contei-vos o início (só mesmo o início).

Como estas coisas não se devem dizer de ânimo leve, fui à Biblioteca verificar se tínhamos o livro. Claro que temos.  Deixo-vos aqui o início dos tormentos por que passa Gregor Samsa:
"Certa manhã, ao acordar após sonhos agitados, Gregor Samsa viu-se na sua cama, metamorfoseado num monstruoso insecto. Estava deitado de costas, umas costas tão duras como uma carapaça, e, ao levantar um pouco a cabeça, viu o seu ventre acastanhado, inchado e arredondado em anéis mais rígidos, sobre o qual o cobertor, quase a escorregar, dificilmente se mantinha. As suas numerosas patas, lamentavelmente raquíticas, comparadas com a sua corpulência, remexiam-se desesperadamente diante dos seus olhos.
«O que me aconteceu?», pensou."