quinta-feira, 18 de abril de 2013

António Gedeão

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Sophia de Mello Breyner

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Poema para Galileu, de António Gedeão, dito por investigadores portugueses

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Herberto Helder, o mais secreto dos poetas, concede uma entrevista ao Pedro


http://um-buraco-na-sombra.netsigma.pt/fotos/25/Herberto_Helder.jpg
- Bom dia. Tenho um enorme gosto por ter aceite o meu pedido para uma entrevista. Fico-lhe muito grato.

 - Onde passou a sua infância ?

-Nasci na Madeira em 1930. Poucos anos depois saí, para poder continuar com a minha vida.

- Porque  desistiu do seu curso em Coimbra?

- Bom, desisti do meu curso porque achei que não acrescentaria nada à minha formação e daí em diante, viajei pela Europa e tive vários empregos.
- O que o levou a ser um poeta com uma linguagem ousada ?

-Pois, o que acho que me levou a isso foi o querer ser diferente dos outros , destacar-me um pouco, por assim dizer.
- Sei que passou um mau bocado “lá fora“?

-Sim, é verdade, cheguei a passar fome e momentos muito difíceis. Lá consegui ultrapassá-los e chegar a Lisboa.
- O que o levou a recusar o Prémio Pessoa ?

- Eu recusei porque …, como deve saber, eu não sou muito ligado à vida pública e um prémio, para mim, não é importante: O que realmente acho importante é nós evoluirmos como pessoas e poetas.
- Tive muito gosto em tê-lo aqui comigo. Muito obrigado pela sua paciência. Fique bem .

- Gostei muito e muito obrigado por este tempo tão bem passado.
(texto sujeito a alterações)

domingo, 14 de abril de 2013

Novo furo jornalístico: Adriana entrevista Sophia de Mello Breyner Andresen

 
Sei que não aprecia ser entrevistada e,  por isso , fico muito reconhecida por ter concordado em estar aqui em direto com a rádio “ESVV” , para nos falar um pouco de si e da sua obra. Ela é Sophia de Mello Breyner Anderson.
Entrevistadora : Gostaria de começar por perguntar com que idade começou a ter gosto pela escrita.
Sophia : Comecei a gostar da escrita desde muito cedo. Por volta dos meus três anos já gostava de ouvir contos e poesias, e até de decorá-los  para ocasiões especiais.
Entrevistadora: Tem 90 anos. Sei que o seu marido , já falecido , se chamava Francisco Sousa Tavares e era jornalista, político e advogado. Casou-se com que idade?
Sophia : Casei-me quando fiz 27, no ano de 1946, e tive 5 filhos.
Entrevistadora : E o que fazem eles ?
Sophia : Apenas um é escritor, e aparece frequentemente na televisão. Tenho uma filha que é professora, outro é artista e a outra é terapeuta operacional .
Entrevistadora : Em que altura do dia  gosta mais de escrever ?
Sophia: Costumo escrever mais à noite, pois preciso daquela concentração e inspiração que se cria pela noite fora, talvez por causa do silêncio .
Entrevistadora: Quantos livros tem publicados?
Sophia: Cerca de trinta e três obras.
Entrevistadora : Sabe quantos prémios ganhou em toda a sua vida?
Sophia : Não me recordo bem, mas creio que foram cerca de dezoito prémios.

Entrevistadora : Muito obrigada por  ter vindo à nossa rádio e por nos ter concedido esta entrevista, especialmente porque sei que não gosta de ser entrevistada .
Sophia : Ora essa , foi um prazer .
(texto submetido a alterações pontuais)

Tiago entrevista Miguel Torga

Tiago XXXXX: Olá! Chamo-me Tiago XXXXX e estou no 10ºano da Escola Secundária de Vila Verde. É com muito prazer que inicio esta entrevista a Miguel Torga, um escritor e poeta português. Diga-me, Miguel, o que o fez usar este pseudónimo, sendo o seu nome verdadeiro Adolfo Correia da Rocha?
Miguel Torga: Olá! Em primeiro lugar, agradeço o convite que me foi feito para estar aqui presente, e foi com grande satisfação que o aceitei. Em relação à sua pergunta…a escolha do nome “Torga” deve-se ao facto de estar relacionado com a minha personalidade. Torga é uma planta que habita na zona que me viu nascer.
Tiago XXXXX: Como todos sabemos, já escreveu várias obras. Já alguma vez se arrependeu de ter escrito uma?
Miguel Torga: Nunca me arrependi e creio que não me arrependerei de ter escrito alguma obra. Tenho muito orgulho no meu trabalho e quero concentrar-me no que irei escrever no futuro.
TiagoXXXXX:Durante a sua vida, quando viaja para o estrangeiro, sente saudades da sua terra natal: Trás-os-Montes?
Miguel Torga: Sim, é claro que sinto, tal como toda a gente quando viaja para fora. Para além de representar, para mim, a minha família e a minha infância, é essa terra que me inspira para escrever os meus livros.
TiagoXXXXX: Qual a obra que teve mais gosto em escrevê-la?
Miguel Torga: Não tive um gosto maior  por alguma obra. Gostei muito do que escrevi e, tal como disse, tenho orgulho no meu trabalho e também penso que tenho tido algum sucesso.
TiagoXXXXX: E acho que também pensa muito bem. Aliás, até teve recompensas…Como se sente, sabendo que já conquistou alguns prémios?
Miguel Torga: Sinto-me feliz, é claro. São todos fruto do meu esforço e dedicação pelo meu trabalho. Penso que qualquer escritor gostaria de ganhar prémios pelas suas obras.
TiagoXXXXX: Para finalizar, o que aconselha aos que pretendem iniciar a sua vida literária?
Miguel Torga: O que aconselho é que nunca desistam de alcançar os seus objectivos. Nada é feito sem esforço, sem trabalho. Desejo-lhes boa sorte e que tenham sucesso.
TiagoXXXXX: Muito obrigado, Miguel Torga! Foi uma honra estar consigo. Até à próxima.
Miguel Torga: Também foi um prazer estar consigo. Até à próxima.
(texto submetido a alterações pontuais)

 

A Tânia entrevista Miguel Torga


  Estamos aqui hoje com Adolfo Correia da Rocha, mais conhecido por Miguel Torga, autor de várias obras como  ‘’Pão Ázimo’’ (1931), ‘’A Terceira Voz’’ (1934), ‘’Bichos’’ (1940), ‘’O Senhor Ventura’’ (1943), ‘’Um Reino Maravilhoso’’ (1941), entre outras.
  Nasceu a 12 de Agosto de 1907, em S. Martinho da Anta, concelho de Sabrosa, Trás-os-Montes. Entra no Seminário, de onde sai pouco tempo depois.
  Com apenas 13 anos emigra para o Brasil e vai trabalhar na fazenda do tio. Mais tarde regressa a Portugal e faz um curso de medicina na Universidade de Coimbra.
  
  Entrevistador- Olá, boa tarde, Miguel. Qual o motivo da escolha do pseudónimo Miguel Torga?
  Miguel Torga- Boa tarde.
Miguel, em homenagem a Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno e  torga é uma planta brava da montanha, que deita raízes fortes sob a aridez da rocha, de flor branca, arroxeada ou cor de vinho. Encontra-se nomeadamente no Norte de Portugal, onde nasci, e tem tudo a ver com o meu caráter de ‘’homem da montanha’’.
  Entrevistador- Nota-se que tem uma ligação forte com a natureza. Foi sempre assim, ligado ao meio ?
  Miguel Torga- De certa forma sim, cresci no meio rural, rodeado de natureza e é através dessa natureza que eu renovo diariamente a minha escrita.
  Entrevistador- O que significa Trás-os-Montes para si ?
  Miguel Torga-  Trás-os-Montes foi, é e será sempre um dos  meus grandes amores, o espaço físico das minha origens.
  Entrevistador- Já recebeu vários prémios como o Prémio do Diário de Notícias em 1969, o prémio Luso-Brasileiro Luís de Camões em 1989. Qual é a sensação ?
  Miguel Torga- Eu gosto de receber prémios porque é sempre bom saber que reconhecem o nosso trabalho.
  Entrevistador- Para finalizar: será que podia citar uma das suas célebres frases?
  Miguel Torga- ‘’O mundo é uma realidade universal, desarticulada em biliões de realidades individuais.’’
  Entrevistador- Muito obrigado, Miguel, por ter vindo
  Miguel Torga- Obrigado eu pelo convite, foi um prazer !
 
(texto submetido a alterações pontuais)

quarta-feira, 10 de abril de 2013

"Furo jornalístico": Adriana entrevista Miguel Torga

 


P. Qual é o seu verdadeiro nome?

R. O meu verdadeiro nome é Adolfo Correia da Rocha, visto que Miguel Torga é um pseudónimo.
P. Porquê a escolha de um pseudónimo?

Pretendi prestar uma homenagem a dois grandes vultos da cultura: Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno; e Torga por ser uma planta brava da minha terra, que deita raízes fortes sob a aridez da rocha, de flor branca, arroxeada ou cor de vinho, com um caule incrivelmente rectilíneo.

P. Onde e quando é que nasceu?

R. Nasci a 12 de Agosto de 1907 em São Martinho de Anta, pertencente ao concelho de Sabrosa (Vila Real).

 P. Como foi a sua infância?

R. Em 1917, com dez anos, fui para uma casa do Porto, habitada por alguns dos meus parentes, na qual servia de porteiro, moço de recados, regava o jardim, limpava o pó e polia os metais da escadaria. No entanto, fui despedido um ano depois, devido à constante insubmissão.

P. No ano seguinte, foi mandado para um seminário. Como foi essa experiência?

R. Em 1918 fui mandado para o seminário de Lamego, onde vivi um dos anos mais cruciais da minha vida. Foi lá que estudei  Português, Geografia e História e também aprendi latim. No entanto, uma vez que não era minha vocação ser padre, pedi ao meu pai para sair do seminário.

P. Qual foi então o seu percurso após a saída do seminário?

R. No ano seguinte, isto é, em 1920 fui trabalhar numa fazenda de um tio meu no Brasil. Ao fim de quatro anos, o meu tio apercebe-se das minhas capacidades e fui continuar os meus estudos. Como fui bom aluno, ao fim de cinco anos, e terminados os estudos liceais, enviou-me para Coimbra, considerando que podia ser doutor.

P. Que área é que estudou na Universidade de Coimbra?

R. Optei por Medicina por considerar ser minha vocação cuidar dos outros, particularmente dos mais necessitados. Exerci Medicina na minha terra natal e ao fim de alguns anos em Coimbra.

P. Como surgiu a sua obra literária?

R. Surgiu a partir da minha profunda admiração e amor pela natureza e pela pessoa humana. A minha obra literária reflecte também a minha revolta interior pela opressão daqueles que não tinham voz nem vez, isto é, daqueles que viviam despidos da sua dignidade humana, marcada pelo regime ditatorial implantado na sociedade portuguesa e que durou até Abril de 74.
(texto submetido a alterações)

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Sistematização


Dicionário terminológico (http://dt.dgidc.min-edu.pt/)

 

Complemento oblíquo

Complemento seleccionado pelo verbo, que pode ter uma das seguintes formas:
-
grupo preposicional que não é substituível pelo pronome pessoal na sua forma dativa ("lhe" / "lhes") (i-ii).
-
grupo adverbial (iii).
- a
coordenação de qualquer uma destas formas (por exemplo (iv)).

 

Exemplos

 

(i) O João foi [a Nova Iorque].
*O João foi-lhe.
(ii) O João gosta [de bolos].
*O João gosta-lhes.
(iii) O João mora [aqui].
(iv) O João vive [aqui ou em Lisboa]?

 

N. B. Um complemento oblíquo pode ter diferentes valores semânticos, conforme exemplificado em (i) e (ii).

 

Modificador

Função sintáctica desempenhada por constituintes não seleccionados por nenhum elemento do grupo sintáctico de que fazem parte. Por não serem seleccionados, a sua omissão geralmente não afecta a gramaticalidade de uma frase (i). Os modificadores podem relacionar-se com frases ou orações (ii), constituintes verbais (iii) ou nominais (iv).
Os modificadores podem ter diferentes formas (v) e diferentes valores semânticos (vi)

 

 

Exemplos

 

(i) (a) O camião explodiu [aqui].
(b) O camião explodiu.
(ii) [Felizmente], vou ficar em casa.
[Matematicamente], isso está errado.
(iii) A Ana cantou [ontem].
A Ana cantou [mal].
(iv) O rapaz [gordo] chegou.
O rapaz [que tu conheces] chegou.
(v) Modificadores com diferentes formas (
grupo adverbial, grupo preposicional e oração) e com valor semântico idêntico (temporal):
A Ana cantou [ontem].
A Ana cantou [naquele dia].
A Ana cantou [quando tu chegaste de França].
(vi) Modificadores com forma idêntica e diferentes valores semânticos (locativo, temporal e de modo):
A Ana cantou [naquela sala].
A Ana cantou [naquele dia].
A Ana cantou [daquela maneira].

 

Modificador restritivo

Modificador do nome que limita, i.e., restringe a referência do nome que modifica (i).
Os elementos que podem funcionar como modificadores restritivos do nome podem ser
grupos adjectivais (ii), grupos preposicionais (iii) ou orações subordinadas adjectivas (iv).

 

Exemplos

 

(i) (a) Os escuteiros que são simpáticos brincaram com as crianças.
(b) Os escuteiros que são simpáticos brincaram com as crianças, os antipáticos não.
(a
relativa "que são simpáticos" restringe a referência do nome "escuteiros", isto é, define o subconjunto dos escuteiros simpáticos num conjunto prévio de escuteiros. Note-se que, pelo facto de "que são simpáticos" restringir a referência de "escuteiros", é possível inferir que nem todos os escuteiros eram simpáticos - por isso mesmo, a frase (ib) é aceitável).
(ii) Adoro [flores [frescas e coloridas]].
(iii) [O rapaz [de barba]] é meu aluno.
(iv) [Os lobos [que vivem no Parque Peneda-Gerês]] estão em vias de extinção.

N.B. Na escrita, os modificadores restritivos não podem ser separados por vírgulas dos nomes a que se referem

Modificador apositivo

Modificador do nome que não restringe a referência do nome que modifica (i).
Os elementos que podem funcionar como modificadores apositivos são, tipicamente,
grupos nominais (ii) ou orações relativas explicativas (iii).

Exemplos

 

(i) (a) Os escuteiros, que são simpáticos, brincaram com as crianças.
(b) *Os escuteiros, que são simpáticos, brincaram com as crianças, os antipáticos não.
(a
relativa "que são simpáticos" não restringe a referência do nome "escuteiros", isto é, não define o subconjunto dos escuteiros simpáticos num conjunto prévio de escuteiros. Note-se que, pelo facto de "simpáticos" não restringir a referência de "escuteiros", não é possível inferir que nem todos os escuteiros eram simpáticos - por isso mesmo, a frase (ib) não é aceitável).
(ii) [D. Afonso II [, o gordo,]] tem um novo monumento.
(iii) [Os lobos [,que são mamíferos,]] são animais muito bonitos.

N.B. Na escrita, os modificadores apositivos são sempre separados por vírgulas dos nomes a que se referem