segunda-feira, 20 de maio de 2013

Cenário de correção

I
1. Trata-se de um poema com cariz marcadamente narrativo, na medida em que se relata uma história, na qual se envolvem personagens e que decorre num tempo e espaço claramente definidos. De facto, o eu poético, no presente da enunciação, dirige-se a uma repartição pública, onde se espanta e se questiona acerca da utilidade da poesia, quando é atendido, ao balcão, por um funcionário míope.

2. Esta afirmação constitui um paradoxo, pois o eu poético produ-la num texto poético. Todas as afirmações do eu lírico, desde o momento em que refere a utilidade dos observadores de pássaros, vão no sentido de provar, ironicamente, que o que dá sentido à vida é a poesia.

3. Nos versos 3 a 5, está patente a ironia. Com efeito, o autor pretende evidenciar que, tal como a natureza e o homem não podem viver sem pássaros, também não poderá existir um mundo excessivamente burocrático - e sem poetas.

4.

4.1. A “coroa de espinhos” remete, simbolicamente, para as dores sofridas por Cristo a caminho do Calvário. Tal como ele, o poeta atormenta-se com o questionamento do mundo, cujas dores carrega como um fardo“por dentro e por / fora da cabeça.” (vs. 10 e 11).

4.2. A criação poética só adquire sentido no momento em que o poema é lido e interpretado pelo leitor. Ao dirigir-se, numa interrogação retórica, a “todos”, o sujeito poético está a incluir os narratários no seu questionamento. É ainda de referir o tom irónico e coloquial da interpelação.
II
1. Trata-se de um reformulador com valor explicativo (explicitação-reformulação).
2. a. Sujeito nulo subentendido (eu)
2. b. Complemento direto
2. c. Advérbio de predicado (valor temporal)
3. Modificador do grupo verbal
4. O discurso direto é assinalado por um verbo introdutor do relato do discurso (perguntar) e pelo recurso às aspas, aos travessões e aos pontos de interrogação.
III
Resposta livre

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