quinta-feira, 30 de maio de 2013

Valores do «se» + pronomes


Síntese

«1 — Pronome pessoal reflexo — «Ele vestiu-se» e «eles vestiram-se».

2 — Pronome pessoal recíproco — «Elas abraçaram-se.»

3 — Pronome impessoal ou pronome que indetermina o sujeito — «Diz-se que ele ganhou o concurso.»

4 — Se passivo — «Vendeu-se muita cerveja no arraial», que é equivalente a «Muita cerveja foi vendida no arraial».

5 — Se inerente (ao verbo utilizado) — «Ele riu-se muito.»

6 — Conjunção subordinativa condicional — «Se vieres antes do meio-dia, poderás almoçar comigo.»

7 — Conjunção subordinativa completiva — «A mãe perguntou se queremos almoçar com ela.»

In http://ciberduvidas.pt/perguntas/get/292821, consultado em 30/5/2013

Pronomes
 
Pessoal reflexo (a ação recai sobre quem a pratica. Indica que uma única entidade é simultaneamente agente e paciente da ação expressa pelo verbo.):  se, si, me, te , nos, vos ou contrações comigo, contigoconsigo, connosco, convosco 
 
A Joana pinta-se.
O Miguel, por si só, pouco faz.
A Antónia não trouxe o livro consigo.

Pessoal recíproco (quando indica reciprocidade de ação. Indica pelo menos duas entidades distintas referidas pelo grupo nominal com a função de sujeito e envolvidas numa situação simultaneamente como agentes e como pacientes): se, nos, vos

Na quinta-feira, a Mariana e eu cumprimentámo-nos.
O Martim e a Leonor vêem-se todos os dias.

Se indeterminado (quando o pronome se pode ter um sentido impessoal, de indeterminação do sujeito. É uma das formas de representar um sujeito indeterminado, que pode ser substituído pela expressão "Há pessoas que... ou "Há quem...", "Alguém...")

Está-se bem na sala B.2.2.
Fala-se muito na saída de Portugal do euro.

Se passivo (quando o pronome se é uma partícula apassivante. Permite formar uma frase passiva sem recurso a um verbo auxiliar embora seja parafraseável com ele).

Ouviu-se um barulho na sala B.2.2.(= um barulho foi ouvido na sala)

Se inerente (quando o pronome se é parte integrante de certos verbos).

O Rui indignou-se.
A Catarina atreveu-se a falar.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Cenário de resposta

P. 191
 
9.1. c "O narrador adota, predominantemente, uma focalização omnisciente, uma vez que detém o máximo de informação sobre as personagens e sobre o evoluir dos acontecimentos. Há também momentos em que é adotada uma focalização interna (o que prevalece é a visão que uma personagem detém sobre outras personagens, espaços ou acontecimentos), por exemplo, na seguinte passagem "Num relance Marciana avaliou o vagabundo. Pensou que por mais que o limassem, mesmo esfregado e desinfectado, nunca passaria por um deles." (ll. 9-10).

 
9.2. b "O narrador é heterodiegético, pois não participa como personagem na história narrada.

 
9.3. a "No excerto apresentado, a personagem Miguel é retratada através de um processo de caraterização direta, pois é caraterizado pelas palvras da tia." (ortografia atualizada, exceto no que diz respeito ao excerto do conto)
 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Cenário de correção

I
1. Trata-se de um poema com cariz marcadamente narrativo, na medida em que se relata uma história, na qual se envolvem personagens e que decorre num tempo e espaço claramente definidos. De facto, o eu poético, no presente da enunciação, dirige-se a uma repartição pública, onde se espanta e se questiona acerca da utilidade da poesia, quando é atendido, ao balcão, por um funcionário míope.

2. Esta afirmação constitui um paradoxo, pois o eu poético produ-la num texto poético. Todas as afirmações do eu lírico, desde o momento em que refere a utilidade dos observadores de pássaros, vão no sentido de provar, ironicamente, que o que dá sentido à vida é a poesia.

3. Nos versos 3 a 5, está patente a ironia. Com efeito, o autor pretende evidenciar que, tal como a natureza e o homem não podem viver sem pássaros, também não poderá existir um mundo excessivamente burocrático - e sem poetas.

4.

4.1. A “coroa de espinhos” remete, simbolicamente, para as dores sofridas por Cristo a caminho do Calvário. Tal como ele, o poeta atormenta-se com o questionamento do mundo, cujas dores carrega como um fardo“por dentro e por / fora da cabeça.” (vs. 10 e 11).

4.2. A criação poética só adquire sentido no momento em que o poema é lido e interpretado pelo leitor. Ao dirigir-se, numa interrogação retórica, a “todos”, o sujeito poético está a incluir os narratários no seu questionamento. É ainda de referir o tom irónico e coloquial da interpelação.
II
1. Trata-se de um reformulador com valor explicativo (explicitação-reformulação).
2. a. Sujeito nulo subentendido (eu)
2. b. Complemento direto
2. c. Advérbio de predicado (valor temporal)
3. Modificador do grupo verbal
4. O discurso direto é assinalado por um verbo introdutor do relato do discurso (perguntar) e pelo recurso às aspas, aos travessões e aos pontos de interrogação.
III
Resposta livre

quinta-feira, 16 de maio de 2013

O 10D, uma turma de poetas

Inspirando-se livremente em três poemas diferentes de Sophia de Mello Breyner Andresen, os alunos do 10D mostraram o que valem. Ora aí vai:


Nunca discrimines raças diferentes
Pois um dia podes sofrer
Nunca brinques com coisas sérias
Pois podes magoar
Nunca fales demais
Pois podes-te arrepender
Respeita as diferenças
E conhecerás um mundo novo e sem preconceitos.              

 

Adriana nº2 10ºD

Os meus dedos estalaram
o lápis fugiu
o papel rasgou
A minha mão
até então nada mais escrevi
por preguiça talvez
ou por desgosto possivelmente
nada mais fiz
Enfim....
 
 (Pedro *****) 
Bijuteria

Vi anéis grandes, pequenos
Vi anéis de várias cores
Reluziam, chamavam-me
Vi anéis às flores

Vi colares dourados
Vi outros prateados
Nas montras pendurados

Vi relógios e pulseiras
Aos meus ouvidos tilintavam
E aos meus olhos cintilavam

Do lado de fora eu olhava
Pois por dentro eu me perdia
Não me iria render
a tal ousadia.


(Tânia *****)

Nunca viveremos bastante quanto devemos
Aquele medo atormentador obstando
Nunca viveremos bastante quanto devemos

Como quem ousa voar e é repelido
Por forças mais fortes que a própria vida desconhece

Ou por barreiras invisíveis

Tão sábias tão subtis e tão peritas ou talvez inúteis como são
Que nem podem sequer ser bem descritas.

Eduarda Araújo, 10ºD, nº7


A porta abre, e as suas dobradiças chiam
E por todas as paredes te procuro

A porta bate, fazendo um barulho ensurdecedor
E aqui sozinha olho em meu redor

Do limiar saio devagar
E em todos os espaços há vazio

Fico a pensar: o que será que eu fiz?

Errei.

Susana Sousa, 10ºD, nº 17

 

Quando o computador se liga
E tu abres o “Facebook”

Já lá estão milhões de “Gifs”
À tua espera

Mesmo quando não os queres ver

Há sempre alguém que põe “gosto”
E aparece no teu “Feed de Notícias”

ABAIXO OS “GIFS”!!

Diogo Gonçalves,10ºD Nº5

 

Uma multidão ao teu redor,
Um barulho ensurdecedor,

O que vamos nós fazer?

O Benfica é isto mesmo.

 

A águia, os cânticos,
Todos os gritos, todas as

Lágrimas, todas as orações,

Todo o nervoso miudinho…

 

Uma dimensão incrível,
Uns adeptos lutadores,

Sofrem até à última,

Damos tudo por vocês
E só vos pedimos uma coisa:


A vitória !


Eduardo Barbosa, nº8 10ºD

Vi mares e rios e nascentes
Vi mares e rios e nascentes

A baleia canta os peixes vogam
Em mares atravessados por torpedos

 

Vi luz , ouvi ventos
Vi mares com encantamentos

Amor suspenso nos ventos

 

Vi homens , vi mulheres

Vi sombras, vi-Te a ti

 Vi homens e sombras cruzarem-se

Pedro Dias Nº 13 10ºD

 

Eu vi-os!
Vi vestidos e saias e camisolas

Vi vestidos e saias e camisolas
Eram de todas as cores e feitios              

Nos meus sonhos as roupas eram todas minhas

 

Vi sapatos e sapatilhas e botas
Vi coisas lindas

Que nunca iriam ser minhas

 

Vi lojas em saldos
Onde podemos comprar muito por pouco

Enfim: um sonho

 

A roupa fascina-me
Como pode um pedaço de tecido ser

Uma coisa tão linda?

 

Adriana(liiiiiiinda) Dias nº1 10ºD

 
A escola proíbe-me de fugir

E todos os dias eu penso em partir.

 

A escola nega que vai acabar
E em todos os dias eu não paro de acreditar

 

A escola interpela-me para a média subir
E todos os dias eu apenas quero dormir

 

Ao longo do ano divago
Férias, música, dinheiro.

José Calais (parêntesis censurado pela professora), Nº9, 10ºD

  

Chega a casa, mal ouve os pais
Fecha-se no quarto

Não sai mais

Sob a janela vê um mar

Imagina-se a socializar

E a correr acompanhado

Vê vultos alucinados

Onde passado e presente se cruzam

Vê lágrimas de alegria e de tristeza

Onde as mágoas estacam

Cátia Costa 10ºD Nº4


O meu verdadeiro eu
O meu amor, magoado

A escapar da solidão
Não o deixo, não posso

Com medo.
Com medo de ser outra vez aleijado

Pedro Dias Nº13 10º D

 

A prisão prende-me em celas  
E a parede risco com ansiedade

 
A prisão faz-me passar fome

E só penso na liberdade

 
A prisão, a campainha faz tocar

E o intervalo passo em fraternidade

 

Ao longo do tempo intuo
Sol mar horizonte

 

Diogo Gomes nº6 10ºD

 

Vi Renaults, vi Citroens
Vi BM’s, vi Mercedes

Rosnavam, entusiasmavam
Dos luxos os cheiros encantavam

 

Vi motores que brilhavam
Vi interiores que grande beleza

Magníficos carros!

Vi corridas com grande euforia
Pilotos experientes

Curvas, retas… fascínio

Leandro Azevedo Nº11 10ºD

 

Nunca vi tristeza tão profunda
Por aquelas memórias corridas

Nunca vi lágrimas tão claras
Por aqueles momentos passados

Nunca me queria perder
Aqueles tempos queria esquecer

Nunca me deparei com a realidade
E assim me iludi com a falsidade

Sofia Fernandes Nº16 10ºD

 

 

A música começa
E em todo o lado a ouço

 

A música prossegue
E em todo o lado a ouço

 

A música invade-me
E dela não me liberto

 

Quando dou por mim…
Já a estou a cantar.

 Som, melodia, ritmo, harmonia.

Tiago Alves Nº19 10ºD

terça-feira, 14 de maio de 2013

Oficina de escrita "Fazer versos é estar atento"


VI
A noite abre os seus ângulos de lua
E em todas as paredes te procuro
A noite ergue as suas esquinas azuis
E em todas as esquinas te procuro
A noite abre as suas praças solitárias
E em todas as solidões eu te procuro
Ao longo do rio a noite acende as suas luzes
Roxas verdes e azuis
Eu te procuro
Vi florestas e danças e tormentos
Vi florestas e danças e tormentos,
Cantavam rouxinóis e uivavam ventos
Nos céus atravessados por cometas.

Vi luz a pique sobre faces nuas,
Vi olhos que eram como fundas luas
Magnéticas suspensas sobre o mar.

Vi poentes em sangue alucinados
Onde os homens e as sombras se cruzavam
Em gestos desmedidos, mutilados.

Levada por fantásticos caminhos
Atravessei países vacilantes
E nas encruzilhadas riam anjos
Inconscientes e puros como estrelas.
Pranto pelo dia de hoje
Nunca choraremos bastante quando vemos
O gesto criador ser impedido
Nunca choraremos bastante quando vemos
Que quem ousa lutar é destruído
Por troças por insídias por venenos
E por outras maneiras que sabemos
Tão sábias tão subtis e tão peritas
Que nem podem sequer ser bem descritas

Nunca choraremos bastante quando vemos
O gesto criador ser impedido
Nunca choraremos bastante quando vemos
Que quem ousa lutar é destruído
Por troças por insídias por venenos
E por outras maneiras que sabemos
Tão sábias tão subtis e tão peritas
Que não podem sequer ser bem descritas.



segunda-feira, 6 de maio de 2013

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Ideias a ter em conta na exposição oral

 

Algumas ideias que têm vindo a ser exploradas ao longo do ano:

1. O auditório deve ser "fisgado" com um "anzol" (esta metáfora um pouco ingénua significa apenas que devemos chamar-lhe a atenção com algo inesperado, engraçado, surpreendente, interessante. Também pode ser uma música, uma fotografia, a capa de um livro).

2. O texto não deve ser lido, o que implica preparar antecipadamente a apresentação, memorizando, treinando e cronometrando. Os argumentos a expor devem ser decorados. A técnica "Paulo Portas" (oralmente: "por três motivos"; "por três ordens de razões"; "em três fases"; "as três questões essenciais"... ; visualmente: dedos polegar, indicador e médio "confirmando" o que é dito) resulta sempre, pois provoca três tipos de reações no ouvinte:  estimula-o cognitiva e visualmente e põe-no na expectativa de ouvir o que vem a seguir.

3. Devemos "varrer" a sala com o olhar (outra metáfora simplória, mas importante) com o objetivo de manter o público interessado.

4. O tom de voz não deve ser monótono.

5. A apresentação de um tema, um livro, uma música deve conter algo mais do que a informação que o ouvinte obteria se fizesse uma pesquisa rápida na Internet. Isto é, no caso vertente: devem mostrar que leram mesmo o livro que vão apresentar (o que não passa por mostrarem as nódoas de leite com chocolate que lhe puseram nesse dia de manhã - é contigo que estou a falar, Diogo).

6. O fim deve ser tão cuidado como o início. Uma frase que faça rir ou choque o auditório pode ser uma boa ideia.

7. No final, os ouvintes devem reter duas ideias claras acerca da obra (ou do tema) apresentada (terça-feira vou verificar).
N.B. Cf. também manual, p. 295.